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    quinta-feira, dezembro 28, 2006

    Lições de yoga

    Sente-se no canto da sala, com as costas bem encostadas à parede, assim como o lado esquerdo do corpo deve se colar à parede perpendicular. Peça a um colega de prática que se sente ao seu lado direito, colocando o ombro dele por sobre o seu ombro e o cotovelo em sua barriga.
    Fique assim por oito horas.

    Esse ásana é chamado, secularmente, de "Busão Beagá Sampa".

    sexta-feira, dezembro 22, 2006

    2007!

    Em nome da família AnGu - Ana, Gu, Quindim e Jubileu - apresento nosso cartão de natal desse ano, que não foi patrocinado por nenhum concurso do MinC.

    Cartão dos AnGus 2007

    PS: Precisa de Flash pra assistir! Você não tem flash no seu comp? Chama o seu sobrinho que ele instala pra você...

    domingo, dezembro 10, 2006

    DESPEDIDA

    (para o meu pai, onde ele estiver...)


    Ela levantou o braço
    Num longo e demorado adeus
    Ficou ali, parada,
    O braço fino, estendido
    Balançando, de um lado pro outro
    O olhar triste, vagando, vagando
    Como quem vai fazer uma longa viagem
    E nunca mais voltar
    Seus olhos cuspiam lágrimas gordas
    E ela não parava de acenar
    Num instante, as nuvens desceram do céu
    E ela foi envolvida por uma névoa
    Uma bruma prateada
    Que combinou perfeitamente com o brilho do seu olhar
    Depois, tudo foi ficando nublado, nublado
    Eu, de longe, só conseguia ver sombras embaçadas
    Mas o braço levantado continuava lá,
    Sinalizando a tristeza daquela despedida
    A vontade de não ir e de ficar
    A vontade de virar estátua
    De ser esculpida, naquela posição
    E não precisar dizer adeus, nunca mais.

    terça-feira, novembro 28, 2006

    Momento de Tietagem Pura

    Não gosto de shows. Acho que o CD é uma ótima invenção: a pessoa pode ficar lá repetindo até acertar e nos dar sua melhor performance. Então, pra que ir vê-la errar ao vivo?
    No entanto, nesse domingo, recebemos um convite (mais uma vez, obrigado, Macondos) para um show que me deixou empolgado. Badi Assad.

    No fim do show, a Ana, observando minha boca aberta e o filete de baba, me disse: Viu que show vale a pena???
    Eu respondi: Ana, a Badi é a exceção que confirma a regra. Se 10% dos shows tivessem o ensemble de virtuosismo e emoção que um show desses têm, eu iria, só pela chance. Mas a verdade é que 99,9% dos shows ficam muito abaixo dos cds, o que não é o caso da Badi.

    O paralelo que eu faço é o seguinte: eu não sei desenhar. Com muito custo, aprendi a fazer uns rabiscos e chamo isso de "meu estilo". É meu estilo porque é o único que eu sei fazer.
    Acho que a maioria dos músicos, hoje em dia, ou tem o "seu estilo", ou são escravos da técnica, como se o virtuosismo fosse o suficiente para fazer música (como é certamente o caso do João Gilberto).

    Não é o caso da Badi Assad. Ela consegue fazer a técnica ficar invisível. Não é que ela não esteja lá. Pelo contrário, está tão integrada a tudo que não é necessário nenhuma ênfase nela. O show é tão impecavelmente humano que até os erros se integram perfeitamente. Ela se dá ao direito de esquecer a música e pedir pra platéia ajudá-la a lembrar. "Canta aí, gente, como é que começa a Canção da Partida, do Dorival?"

    Sou fã da Badi. O resto do mundo pode vir em cd, mas a Badi! Ela, por favor, venha inteira!

    quarta-feira, novembro 22, 2006

    Graves desastres

    As calçadas de São Paulo são muito irregulares. É quase impossível andar em linha reta nessa cidade, sem correr o risco de desastres monumentais, como uma perna quebrada ou a queda de um boing.
    Afinal, alguém ainda tem dúvidas de que o acidente da Gol foi causado por algum desavisado que pisou na linha ou entre duas cores, numa dessas ruas mal-desenhadas de São Paulo?
    Graças a Deus, nossa consciência está limpa, aqui em casa. Sei disso porque, outro dia, passeando com a Ana - eu, na parte preta da calçada; ela, na branca; e com as mão dadas flutuando exatamente na linha de divisão - percebi que havia uma única pedrinha preta na parte branca. Apavorado, gritei:
    - Cuidado! Não vai pisar na pedra preta!!!
    E ela:
    - Claro que não! Tá achando que eu sou doida???

    Ufa...

    quinta-feira, novembro 09, 2006

    Caju

    - Seu Adolfo, pode me explicar o que é esse negócio laranjado no fundo do meu suco?
    - Éeeeeee... Um pedaço de caju, oras! Suco natural!
    - De manga.
    - O que?
    - Eu pedi um suco natural de manga.
    - Caju com manga! Tudo a ver, seu moço! Foi brindes.
    - Brindes?
    - É, o caju foi brindes do suco de manga, seu moço.
    - Ô, Seu Adolfo, percebeu que o 'brindes' tem perninhas???

    terça-feira, outubro 31, 2006

    A Escrita Fujona

    Abandonei a Escrita ou será que foi ela que me deixou?
    É verdade que não tenho dado a devida atenção que ela merece, que a tenho deixado passar fome, sede e ficar presa no cativeiro da minha mente, sem ver o pôr-do-sol.
    Acho que ela se cansou dos maus-tratos e foi embora, pedir asilo em outros lares, em que moram escritores mais disciplinados e atenciosos.
    Hoje mesmo vou procurar a danada por aí; bater de porta em porta para trazê-la de volta.
    Vou prometer namoro, casamento e os filhos que ela quiser ter! Prometo até lançamento de um livro novo em breve!
    Espero, ansiosa, que ela diga sim!

    segunda-feira, outubro 23, 2006

    Nunca!

    Nunca fui adúltero!

    Preferi continuar criâncera...

    quarta-feira, outubro 11, 2006

    Nelvosia

    A Ana está tomando um remédio. Um desses pra nelvosia. Fui contra. Acho que nada de bom pode vir desse tipo de remédio. Mas ela acha que está fazendo bem. Toda noite, ela faz seu pequeno ritual de encher o copo d'água, elogiar a cor do remédio ("é tão roxinho!") e tomá-lo.
    Eu, cada vez mais, acho que tenho razões pra ficar preocupado. Ontem à noite, resolvi ler a bula do remédio. Entrei disfarçadamente no banheiro, peguei a caixa e comecei a tirar a bula, quando fui atacado por unhas febris e gritos no ouvido! Larguei a caixa e corri para o canto oposto do banheiro. A Ana, ainda com tufos do meu cabelo embaixo das unhas, acariciou a caixa e disse:"Myyyyyy preeeeeciousssss!!!"

    Agora me diz: tenho ou não razões pra estar preocupado?

    domingo, outubro 08, 2006

    Saudade dá febre...

    "Saudade dá febre na gente", já dizia o poeta. Acho que a frase, na verdade, é do Guimarães Rosa. Poeta dos bons, aliás.
    É sábado, são três horas da manhã, e estou aqui, com febre de saudades...
    Meu pai se mudou "pro andar de cima" há exatos 43 dias (conferi agora no meu calendário, meu amigo mais fiel dos últimos tempos) e meu marido foi pro interior de Sampa, numa viagem de trabalho.
    Acabei de assistir "O Diabo Veste Prada", ri um bocado, mas nada da "mardita" febre ir embora!
    Saudade é um mal difícil de curar, digo a mim mesma, face-a-face no espelho!
    Acho que não tenho escolha: vou tomar o último paracetamol que restou na minha caixinha de remédios...

    segunda-feira, setembro 18, 2006

    Gramatical ou Como se divertir às custas de um SAC.

    - Atendimento ao Cliente on line da fábrica de iogurtes, boa tarde!
    - Boa tarde. Eu gostaria de esclarecer uma dúvida a respeito do seu produto...
    - Pois não?
    - Na embalagem vem escrito "agite bem antes de tomar". Eu tou agitando meia hora antes, mas queria saber se é suficiente...
    (longo tempo)
    - Desculpe, Sr. Augusto. Eu não entendi sua dúvida.
    - Resumindo: quanto tempo antes é esse "bem antes" que diz a embalagem?
    (longo tempo)
    - Desculpe a demora, Sr. Augusto. Essa mensagem significa que você tem que agitar bastante antes de consumir o produto.
    - Exato. E eu quero saber quanto tempo é esse bastante.
    - Não é quanto tempo. É o jeito: bastante.
    - Nesse caso, não seria "agite bem, antes de consumir"?
    - É o que está escrito.
    - Não. Lá não tem vírgula. Acho que é uma questão de tempo mesmo.
    - E para que diabos seria necessário agitar muito tempo antes???
    - Ué, sei lá... Pra dar tempo dos lactobacílos fazerem suas preces finais?

    terça-feira, setembro 05, 2006

    Eta marzão, uai!

    Eu sou assim, uma espécie de bernardo eremita. Um caramujo. Minha concha é a Ana: só me sinto em casa do lado dela, e do lado dela me sinto em casa em qualquer lugar.
    Mas eu tenho que reconhecer. Se a Ana é minha concha, São Paulo é o meu mar! Como é bom voltar pra cá!

    sexta-feira, agosto 18, 2006

    VIAGEM NASAL

    Cheiros e temperaturas me lembram pessoas e lugares. Se faz muito calor em São Paulo, sinto que estou em Belo Horizonte e me dá um sentimento de inadequação danado, porque fico achando que estou no lugar errado. Sampa não combina com calor em excesso! Afinal, não é a Terra da Garoa e do céu cinza? São Paulo, pra mim, é sinônimo de dia nublado e café com leite bem quente. Mas, se faz frio demais, já acho que estou em Curitiba, minha terra natal e lugar onde passei todas as férias minha vida! E, se além do frio, ainda sinto cheiro de cigarro, aí eu volto uns 20 anos atrás, época em que todos os irmãos da minha mãe eram vivos e qualquer reuniãozinha familiar virava festa de arromba, com direito a bundalelê do meu avô materno! Sempre fazia um frio de doer os ossos em Curitiba, mesmo no verão, e todos fumavam sem parar, deixando qualquer chaminé morrendo de inveja!

    quinta-feira, agosto 10, 2006

    O Sol

    Se caísse um meteoro imenso em Nova Lima e cobrisse o mundo inteiro com uma nuvem de poeira, todos os animais pereceriam sem o Sol. Menos as baratas e eu...

    PS: Esse pensamento profundo surgiu do fato d'eu ter que acordar de dia e dormir de noite por duas semanas inteiras!!! Concluí que viveria bem melhor sem esse esquentadinho...

    E não se esqueçam de estar na segunda feira na estréia do filme (veja post abaixo) pra votar nele como melhor e fazer o filme ganhar prêmio!

    quinta-feira, julho 27, 2006

    Estréia cinematográfica

    Gente! Vou estrear na telona:

    O curta As coisas que moram nas coisas fará parte da mostra Panorama Brasil no 17º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, que se realizará de 24 de agosto a 2 de setembro de 2006.

    1. Programação do curta “As coisas que moram nas coisas”

    Cinesesc (Rua Augusta, 2075):
    28/08/06 - 20:00

    Museu da Imagem e do Som - MIS (Av. Europa, 158):
    29/08/06 - 21:00

    Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000):
    30/08/06 - 16:00

    O filme, dirigido e produzido por Sandro Serpa e Bel Bechara, teve a minha pessoa como colaborador do roteiro e assistente de direção.
    É grátis (mas eu soube que tem que chegar cedo pra pegar lugar). Imprimindo e levando esse post, a pipoca é por minha conta!*

    *Uma pipoca (note o singular: não um saquinho cheio de pipocas, UMA pipoca, um milhinho estourado e c'est fini) por pessoa.

    domingo, julho 16, 2006

    Santo o Pai da Penicilina!

    Semana passada, inaugurei o Hospital IGESP, que fica a 100 metros da minha casa. Eu já tinha acompanhado um monte de gente lá, inclusive o Gu e uma das minha irmãs, mas eu mesma nunca tinha ido. Estava achando, ingenuamente, que ficaria invicta, mas a dor e o mal-estar falaram mais alto.
    Uma médica muito simpática me atendeu e achou melhor me medicar lá mesmo no hospital, pra poupar meu estômago, já que eu tinha tomado uma cartela inteira de anti-inflamatório e continuava com febre, dor de cabeça e com a garganta inchada e inflamada.
    Eu fiquei numa salinha, enquanto o enfermeiro me espetava a veia pra pôr o soro com os medicamentos. Não foi nada agradável, ainda mais que fui sozinha, porque não achei que fosse ficar lá muito tempo e liberei o Gu, que tava exausto, coitado! Depois de 10 minutos, eu já tava batendo papo com todo mundo e fiquei íntima da Dona Anastácia, que me deu altas dicas de culinária e nutrição e ainda me ensinou como fazer um leitão a pururuca! Confesso que fiquei batendo papo e nem percebi quando o soro acabou...
    No final, a médica me passou um antibiótico, pra tomar 1 comprimido durante 3 dias (caríssimo, aliás) e o remédio fez o efeito que 20 comprimidos de anti-inflamatório, mais uns 10 de paracetamol não fizeram em uma semana! Ainda bem que inventaram a tal da penicilina!

    sábado, julho 08, 2006

    Degelo

    Desligamos a geladeira, cuja crosta de gelo no congelador deixava espaço apenas para 2 almôndegas congeladas (duas almôndegas, não duas caixas, entenda-se bem).
    Dessa experiência, tiro duas constatações:
    1) Algum gênio da praticidade inventou o pano de chão impermeável, muito útil para espalhar a água que sempre cai da geladeira descongelando, mas bem pouco útil para secar essa água. Por azar, eu e Ana compramos vários desses panos...
    2) Sabe aquela hora em que o gelo começa a se soltar do congelador e nós somos capazes de tirar grandes blocos, que estalam ao se soltar das paredes do congelador e do resto do gelo? Pois é, fazer isso me dá um prazer enorme! Acho que tão grande quando o prazer de algumas pessoas de espremer cravos e espinhas enormes em seus namorados!

    terça-feira, julho 04, 2006

    SONHOS IMPOSSÍVEIS

    Angus na cama, antes de dormir:
    - Vamos morar em Marte? Pergunta Ana.
    - Em Marte? Mas o que a gente vai fazer tão longe? Retruca Gu.
    - Lá seremos só nós dois, sem nenhum outro problema. Estaremos longe do PCC, do Lula, do Lembo, do Parreira...
    - Podemos levar o Quindim e o Jubileu?
    - É claro, Gu! E eu lá vivo sem nossos "filhos"?
    - Até que não parece má idéia... Só mais uma última perguntinha, preu decidir de vez - diz Gu. Lá, por acaso, tem internet banda larga?
    - Que saco! Que saco! Resmungou Ana, durante dez minutos seguidos. É por causa dessa porcaria de internet (ou a falta dela) que meus sonhos de morar em Marte, no asteróide B 612, numa praia deserta ou num sítio no meio do mato sempre vão por água abaixo!!!

    domingo, junho 18, 2006

    Depressão e suicídio (ou "de como passei a dormir em paz")

    Foi numa época em que a vida ficou insuportável. Eu morava sozinho, estava desempregado, ainda não tinha conhecido a Ana, meu computador não se conectava à internet... Enfim, era o fundo do poço. Pior ainda, eu não sentia mais capacidade de ir em frente, pois as experiências do passado haviam solapado essa moça raquítica e bulímica chamada esperança.
    Pensei sinceramente que essa história de sofrer no inferno não tinha muito sentido. E lá alma tem terminação nervosa, pra ficar sentindo dor? Resolvi: o melhor era acabar com tudo!
    Naquela noite, vedei bem a janela para não deixar passar nada, nem sequer um fio de luz. Tomei um vinho barato e comi um pão com mortadela, que era o máximo de luxo de uma última refeição de alguém sem cartão de crédito. Deitei-me na cama e, com o peito chacoalhando de medo, fiz o impensável: deixei o pé para fora da beira.
    O Monstro Debaixo da Cama acabaria com meu sofrimento.

    Mas o tempo passou, passou, e nada da mão desencarnada vir puxar meu pé, me levando para debaixo da cama e me trucidando com suas presas malditas. Pus também a mão para fora, tentando facilitar-lhe o trabalho, mas nada.
    O dia amanheceu, o telefone tocou, eu acabei levantando, não sem antes olhar com desprezo para o escuro debaixo da cama.
    Aos poucos, a vida melhorou. E eu passei a dormir em paz, pois sei que o monstro debaixo da cama continua lá, mas descobri que ele é um puta dum preguiçoso!!!

    segunda-feira, junho 12, 2006

    A história se repete...

    Aconteceu no BBOM - Big Brother do Oriente Médio. Na primeira semana, os treze candidatos não conseguiram cumprir a tarefa e ficaram a pão, peixe e água, tudo em pouca quantidade. Mas aquele magrelo com cara de heavy metal multiplicou o pão e o peixe e transformou a água em vinho. Na semana seguinte, o mesmo cabeludo barbudo foi visto andando sobre as águas da piscina. Por fim, foi mandado para o paredão pelo participante mais próximo a ele, um certo Judas, que o beijou no rosto antes de votar nele. Foi eliminado do programa pelos telespectadores judeus, mas, no terceiro dia após sua eliminação, apareceu - do nada - dentro da casa, de onde ascendeu aos céus...

    terça-feira, junho 06, 2006

    Samba-cãoção

    Quindim anda apaixonado. Vejam um trecho do samba-canção que fez para Marrom*:

    Sem Depender
    (Letra de Quindim / Música de Seu Jorge**)

    Eu não tenho um vintém
    Mas se fincarmos raízes
    Sem depender de ninguém
    Seremos muito felizes

    Eu não tenho um tostão
    Mas se a paixão for ardente
    Nossos filhotes terão
    Um lar bastante descente


    Eu gostei muito! E acho que tanto eu quanto a Ana concordamos muito com a filosofia da música! Esse meu filho é um orgulho! Tamos procurando gravadora pra ver se ele ganha um vintém...

    * Cocker Spaniel do apê 42
    * São Bernardo (lindo) que mora na Itapeva...

    sexta-feira, maio 26, 2006

    INSÔNIA - 2ª parte

    Evito vãos de porta desde criança, para afastar os fantasmas.
    Uma espécie de ritual obsessivo. Passo a chave em todas as portas da casa e depois volto pra conferir, uma por uma, antes de me deitar. E também nunca, mas nunca mesmo, eu durmo sozinha.
    Quando sinto que um fantasma está se aproximando, entro em casa, tranco todas as portas e fico deitada na cama, quietinha, rezando.
    Ouvi dizer que eles têm alergia a reza de todo tipo.
    Novena, então, dá até calafrios neles. E uma urticária danada.
    Depois que descobri isso, fiquei mais segura.
    Agora, só durmo depois de fechar todas as portas e de rezar o terço inteiro, pelo menos umas dez vezes, pra ter certeza de que os fantasmas se foram e não voltam tão cedo. Às vezes, só termino de rezar quando o dia já está raiando, sol a pino. Não me importo, não. Sol faz mal pra pele da gente e eu até gosto de dormir de dia e ficar acordada a noite toda.
    Morro de medo de fantasmas, mas não tenho nada contra os vampiros...

    quarta-feira, maio 24, 2006

    INSÔNIA - 1ª parte

    Para o meu marido, Augusto

    Detesto vão de porta.
    Porta foi feita pra ficar aberta ou fechada. Não há meio termo. Nada de porta um pouco aberta. Vão de porta só serve pra meter medo na gente. E pra dar aquele arrepio fino e frio na espinha... Nem escuro ou bicho-papão fazem tão mal pra nossa alma.
    Pelo vão, sempre passam fantasmas horripilantes que roubam nossos sonhos noturnos. Se dermos azar, eles levam a nossa alma também. Aí pronto. O sujeito fica desalmado, com seus atos e pensamentos sendo controlados pelos seres do além. É um inferno danado pra voltar a ser como antes, pra recuperar a alma roubada. E haja banho de descarrego, promessas pra todos os santos, velas de Sete Dias acesas pela casa inteira.
    Pra evitar amolação, prefiro manter todas as portas da casa fechadas e trancadas. Que é pra não correr o risco de se abrirem com o vento ou com o sopro de algum fantasma ladrão de almas.

    quinta-feira, maio 11, 2006

    Rum

    Os homens bebiam do rum, brindavam e festejavam! Que alegria! Terminavam a reforma da casa e, como agradecimento, haviam se dado - mesmo sem a autorização do dono da casa - um ou vários goles do rum especial, no barril que haviam encontrado na adega! Era muito rum, um rum encorpado, mas eram muitos homens e o líquido acabou.
    Ainda assim, o barril continuava pesado...

    20 anos antes...
    - Bela idéia a sua! - exclamou a mulher ao contador.
    - Ora, eu realmente consegui evitar todas as taxas que você pagaria ao trazer o corpo de seu marido da Jamaica à Hungria! Só não poderia saber que eles trocariam o barril...
    A mulher fez uma careta de ódio.
    - Bom - disse, enfim - não adianta reclamar. Vamos atrás do barril com meu marido...

    Coisas da minha imaginação doentia???

    segunda-feira, abril 17, 2006

    COMO FAZER UM POEMA?

    Fazer poesia é a arte de esculpir palavras
    Pegar a argila da idéia bruta
    E ir lapidando, construindo um objeto poético
    Tirando uma rima pobre daqui
    Descobrindo um substantivo melhor ali
    Uma metáfora, um adjetivo
    Moldando a inspiração
    Tornando-a diamante
    Retirando excessos
    Polindo a superfície
    No fim, a poesia pronta
    A obra de arte no ponto certo de ir pra exposição.

    terça-feira, abril 11, 2006

    Nem todos são como Hannibal...

    Existe um mito a respeito dos psicopatas - talvez decorrente da literatura e do cinema - que faz os leigos pensarem que todo psicopata é um sujeito extremamente inteligente e sagaz.
    O caso de Suzane von Richthofen (e a entrevista que deu para a Globo) é ótimo para desmentir esse mito.

    quinta-feira, abril 06, 2006

    À toa...

    Acabo de voltar, ainda suado, do teste ergométrico que o médico me mandou fazer. O resultado? Estou fora de forma...



    Fiquei estupefato...



    Precisava mesmo gastar aquele papel bonitinho e toda aquela tinta? Precisava quase enlouquecer a agulha ao tentar acompanhar o bufar do meu coração?? Precisava depilar meu peito em cubículos, parecendo o estrago que as mineradoras fazem nos morros de Minas???
    Não era mais simples escrever: "Passa 16 horas por dia sentado na frente do computador, ergo está fora de forma"?
    Eu precisava mesmo sofrer tanto durante aqueles CINCO minutos???

    A tempo: É, caros amigos, ficar no computador não nos habilita a correr aquela maratona em volta da lagoa da Pampulha. Melhor esquecer o plano...

    terça-feira, abril 04, 2006

    ANA NO CAFÉ DA MANHÃ

    - Ué, cê não vai tomar café com leite não??? Perguntou Augusto, desconfiado.
    - Ah, não, hoje é sábado. Vou tomar chocolate quente, respondeu Ana.
    - Mas você adora café com leite de manhã...
    - Eu tomo café só pra ficar acordada, durante a semana. Agora o chocolate quente eu tomo é pra ser feliz aos sábados e domingos!!!

    terça-feira, março 28, 2006

    Pedido Formal de Desculpas

    No fim da semana passado, visitei uma amiga e acabei esquecendo, em sua casa, minha alma imortal. Só me dei conta no começo dessa semana, quando minha esposa disse: "Não aguento mais! Você está como um zumbi! Um morto-vivo!" Larguei o crânio do porteiro, com a boca ainda cheia de seu cérebro, bati a mão na testa e disse: "Meu Deus! Devo ter perdido minha alma imortal."
    Refizemos meus últimos passos e eu terminei ligando para minha amiga, que encontrou minha alma imortal caída atrás de seu sofá. Ela a guardou para mim e estou indo agora pegá-la.
    Assim, se você teve um parente ou cônjuge com o cérebro comido este fim de semana, este é meu pedido formal de desculpas - eu não tive a intenção! E prometo que não acontecerá de novo...

    domingo, março 26, 2006

    Mutações

    Sou um ser mutante.
    Às vezes, acordo poeta. Outras vezes, acordo guerrilheira, defendendo meu slogan preferido: "Luta armada já!".
    Semana passada, acordei com vontade de organizar uma passeata em prol da paz no Planeta.
    Hoje, acordei doméstica. Arrumei a casa toda e limpei o fogão por dentro e por fora, coisa que eu não fazia há pelo menos uns 19 anos...
    Sou um ser mutante.
    Nem o Diabo sabe quem eu serei amanhã!

    terça-feira, março 21, 2006

    "Lost" e suas metáforas

    Realização pessoal, profissional, sexual?
    Qual o verdadeiro sentido da vida?
    Há, de fato, algum sentido? Ou não existe nenhum?
    Qual a razão de alguém se sentir obrigado a digitar os números 4, 8, 15, 16, 23 e 42 no computador e apertar a tecla "executar" a cada 108 minutos?
    Será que é pra salvar o mundo?
    Sinto muito, mas...
    Você vai ter que assistir "Lost" para descobrir ou tirar suas próprias conclusões...

    sexta-feira, março 17, 2006

    A médica e a monstra

    Um dia desses, como é normal na vida de qualquer mulher, precisei consultar um ginecologista. Quando cheguei ao consultório, levei um baita susto: era uma médica nordestina, brava como a peste. Para cura dos meus males, ela me passou umas receitas dos tempos da vovó:
    - Você deve fazer banho de assento TODOS os dias, durante uma hora, com permanganato de potássio;
    - Deixe suas calcinhas de molho por, pelo menos, 48 horas, e depois faça uma fervura de três horas, aproximadamente;
    - E nunca, mas nunca mesmo, misture suas calcinhas com outras roupas e jamais coloque-as na máquina de lavar! Calcinha se lava a mão!
    Saí de lá tremendo de medo...Fiz tudo que ela mandou e fiquei com o traseiro roxo durante um mês. Mas não resolveu nada e tive que procurar outra médica pra fechar direito a caixa da Pandora, que a médica monstra acabou de escancarar.
    Eita ginecologista jurássica! Aposto que foi ela quem fez o parto de Caim e Abel!

    sexta-feira, março 10, 2006

    Fazendo tudo...

    O melhor jogador de futebol do Brasil é argentino.
    Na Sapucaí, a grande vencedora dos desfiles de carnaval foi a Venezuela.
    É o Brasil, fazendo tudo pelo Mercosul!

    terça-feira, março 07, 2006

    CID-10

    A mais nova doença catalogada na CID-10 é conhecida como daltonismo nasal. Em pequena escala, o daltonismo nasal faz com que o paciente goste de cheiro de gasolina e similares. O Daltonismo Nasal grave - também conhecido por retardamento leve - leva a maiores confusões.
    Vejamos, por exemplo, o caso de Augusto Galery. Aqui, podemos vê-lo comendo doce de leite após ficar atrás de um caminhão. Em seu depoimento, ele atesta: "Acho cheiro de fumaça de caminhão igual ao cheiro do doce de leite. Fico com vontade de comer!"
    Recentemente, Augusto comprou um sabonete de perfume cítrico. Mas vem reclamando com sua (santa) esposa: "Não aguento mais esse cheiro de jaca que eu fico depois de tomar banho!"
    Como alternativa de tratamento, sugere-se o sacrifício do animal...

    sábado, março 04, 2006

    Aula de Música

    Explica-nos o professor Augusto
    "A escala musical mais conhecida, a de Dó Maior, é formada por 7 notas (dó-ré-mi-fá-sol-lá-si) e 5 acidentes. Esses últimos são conhecidos como sustenidos para os otimistas e bemóis para os pessimistas. Dois intervalos não tem acidentes: entre o mi e o fá e entre o si e o dó.
    Agora, você, aluno interessado, se pergunta: por quê, meu Deus, por quê?? Por que não fazer uma escala com, por exemplo, seis notas e seis acidentes, para que nenhuma nota ficasse sem seu acidente?
    A resposta é simples: é para que os músicos possam dizer 'Ora, você não entende nada de música, nem sabe de cor quais são os intervalos que não tem bemóis! Saia daqui, que música não é pra qualquer um'.
    Ou você achava que era por mero acidente?"

    quarta-feira, março 01, 2006

    COTIDIANO POÉTICO

    Depois de tanto ler Adélia Prado,
    Decidi abandonar as novenas.
    Também desisti das Missas de domingo.
    Agora, estou mais pra Hilda Hilst:
    Sexo e pimenta. Juntos.

    sábado, fevereiro 25, 2006

    Passado

    A dificuldade de se caçar fantasmas é que insistimos em acender nossas lanternas nas buscas, sem nos darmos conta de que fantasmas só são visíveis no escuro...

    quinta-feira, fevereiro 23, 2006

    VINICIUS, SEMPRE VINICIUS

    Ah, Vinicius, posso ser sua 10ª esposa na poesia?


    Sinto que sou letra
    E vou chamar Vinicius
    Pra me transformar em música...

    terça-feira, fevereiro 21, 2006

    O Beijo

    Acabei de participar de uma oficina de poesia na Casa das Rosas. O curso, chamado Tudo Ao Mesmo Tempo Agora, é dado por Fabiano Calixto, poeta dos bons. Hoje foi a última aula, mas a oficina vai se repetir daqui a quinze dias. Adorei participar e aproveito esse meu espaço pra divulgar o curso e o lugar, que é lindo de morrer (uma casa de época, com um jardim bárbaro na frente, cheio de tapiaria, em plena Avenida Paulista!).
    A oficina é bem prática e os alunos são estimulados a fazer poesia o tempo todo. Numa das aulas, o professor escolheu três palavras (estátua, flores e amor) para que fizéssemos um poema ali na hora. A rima era opcional e o estilo livre. O meu fruto do exercício é esse que aí vai:

    foto retirada de www.circuitoabc.com.br


    O BEIJO

    O amor transborda
    Da estátua de mármore
    E o beijo se esforça
    Mas nunca acontece
    Quantas vezes Rodin levou
    Flores pra Camille Claudel?

    sexta-feira, fevereiro 17, 2006

    Do outro lado do espelho...

    O velho olhou para a pintura de seu retrato, em lugar de honra em sua parede. Apesar de ter vivido uma vida exemplar, nos quesitos honra, humildade e auto-sacrifício, entre outras virtudes; apesar das constantes doações e boas ações que o tornaram quase beato, a marca da maldade - vinda do nada - se instalara em seus olhos e em sua face, junto com as rugas da idade avançada.
    Lembrou-se do quanto era belo quando o artista pintou seu quadro e, por um instante, suspirou com um sentimento de injustiça. Foi aí que algo estranho aconteceu.
    A pintura, à sua frente, tomou vida por um instante, apunhalou o próprio coração e morreu. Assustado, o velho correu para o espelho. Era jovem e belo, novamente.

    sexta-feira, fevereiro 10, 2006

    Reminiscênicas


    Tão vendo lá atrás, meio na penumbra, um sujeito segurando um violão? Sou eu!!! Participei da montagem de Os Saltimbancos feita por Yuri Simon, que acaba de me encontrar no Orkut (Santo Orkut!) e me mostrar essa preciosidade!
    Notem a meia branca aparecendo. Explico: como eu não tinha figurino, acabei pedindo emprestado uma calça pra Alessandra que, obviamente, era pequena. Sacrifícios que a gente faz pela arte!
    Nossa! Nessa época eu pesava 78 quilos! É muita reminiscência pra uma foto só!

    terça-feira, fevereiro 07, 2006

    Nosso dia de cinema:

    Ana levantou hoje, reclamou de tudo, deprê, e ainda declarou que odeia o seu aniversário. Eu disse a ela "deixa disso" e tentei provar-lhe que a vida era linda!
    Foi nosso dia de "Se eu fosse você"...

    sexta-feira, fevereiro 03, 2006

    ESSES HOMENS...

    Hoje foi o último capítulo do seriado “24 Horas”, no qual eu e o Gu ficamos totalmente viciados. Ficávamos roendo as unhas durante os episódios e quaisquer comentários só eram permitidos nos intervalos.
    Foi adrenalina pura.

    Bom, como em todo último capítulo, vários casais ficaram juntos e declararam amor eterno. Com algumas diferenças, é claro. Quando se tratava de um homem e uma mulher, as declarações de amor eram explícitas e os “eu te amo” corriam soltos. Mas, quando eram dois homens, as declarações de amor eram bem mais sutis. Duas cenas - digamos de amor - me fizeram rir muito. Numa delas, o herói da série, Jack Bauer, se despede do melhor amigo, que já salvou sua vida inúmeras vezes e vice-versa. Mas, na hora da despedida, rolou um simples “se cuida, tá?”, o que, traduzindo para uma versão menos machista, quer dizer “eu te amo, amigo”. Na outra cena, foi a vez de Jack se despedir do Presidente dos EUA, que tinha acabado de salvar sua vida também. Aí, a declaração foi mais formal ainda. Ao invés de dizer “eu te amo, queridão, obrigado por salvar minha vida”, Jack se limitou a declarar “foi uma honra, Senhor Presidente”.
    Coisas de machos que não mandam beijos pros amigos quando vão desligar o telefone, nem via e-mail. No máximo, um forte e grande abraço!

    quinta-feira, janeiro 26, 2006

    Ruína

    Nada é mais prático na vida de UMA PESSOA que uma pochete. Principalmente no calor, quando queremos usar nossos shorts fresquinhos mas sem lugar pra colocar chaves, carteira, dinheiro e protetor solar...
    Mas podemos usar pochetes? Não! Sob pena de sermos tachado(A)s de bregas sem noção pelas companheiras e/ou companheiros!
    Está provado: O amor leva à ruína toda a praticidade da vida!

    PS: Tive que mudar esse post, pois a vida (através da K) acaba de me mostrar que não são só os homens que lutam pela liberação da pochete!

    sexta-feira, janeiro 20, 2006

    O que é necessário para alegrar o dia?

    Resposta Simples: Um hipopótamo sorridente!

    Comigo, pelo menos, funcionou: Acordei mal-humorado e com calor, resmunguei durante o café da manhã, fiz caretas e tive gases lavando vasilhas, fui pro meu computador e, no teclado, um pequeno hipopótamo sorridente me garantiu que a Ana me amava! E queria me amar para sempre!
    Danei a chorar, beijei a Ana e meu dia ficou feliz!

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