2009

Bias festas! Digo, boas festas!
Nossos melhores desejos de um 2009 bacana pra todo mundo!

Comemorando o fim do frio

- Quando o tempo está muito, muito ruim, o dedão do meu pé direito fica gelado!

- Sensibilidade? Má circulação? Histeria?

- Nã... Meia furada...

A melhor descrição de como funciona Wall Street!

The Last Laugh - George Parr - Subprime - subtitulos
Enviado por erioluk

Crevatolf

Começou a segunda temporada da Saga dos Portões: Crevatolf.

www.hiscas.blogspot.com

Canivetes

Preparem seus guarda-chuvas que vai chover torrentes em São Paulo! Noé vai ficar com medo da chuva, meninos e meninas! E tudo por que? Porque, depois de mais ou menos 1,5 anos tivemos uma visita cruel e perversa aqui em casa!!!

Eu já até tinha feito as minhas teorias de que as duas eram, na verdade, dois vírus auto-conscientes de computador e aí elas bateram à nossa porta! Se bem que ainda estou com dúvidas... Alguém aí sabe o telefone da loja de sósias que a Cruela e a Persona tão usando?

Bom, de qualquer forma a Bia amou as tias novas! Obrigado pela visita!

PS: E eu nem vou precisar usar aquele detetive particular de Marabá que eu já tinha deixado engatilhado, just in case...

Prêmio Dardos

Vejam só! Ganhamos um selo da Má, do blog 2 ponto 5. Adoramos. Como foi o primeiro, tivemos que perguntar pra ela como é que essa coisa de selo funciona... E ela explicou direitinho: a gente publica a imagem, cita quem nos passou e indica mais 15 blogs pra receber.




O único problema é que eu não conheço 15 blogs... Então vou dar o prêmio pra quem eu conseguir... Vai a lista, em ordem alfabética:

Lilia, do Andor do Nada
Nati, do Alma Furta-Cor
Leandra, do Imagismo
Kafé, do Kafé Roceiro
Márcia Bechara
Rodolfo e a galera do Miniminimos
As meninas supermalignas do Calcinha no Box
e Zitcha, do We just don't care

Quero ver Biazinha rir

Quero ver Biazinha dar sua risada!



E obrigado à Tia Sansan, que produziu o filme e a gargalhada!

Ciclo

Dia Internacional do Amor

Porque hoje é dia de amar, comprei uma palha italiana pra Ana e escrevi um cartão:

"Ana,

Por duas vezes, você redefiniu o que é amor para mim: uma, quando, sem exigências nem esforço, aceitou meu amor e retribuiu. Outra, quando transformou esse amor na Bia.

Nessas duas vezes, o amor ficou mais longe de ser aquilo que eu acreditava que ele era, e se tornou aquilo que eu sonhava que fosse.

Te amo,

Gu"

Evolução

A natureza transforma os animais, dependendo de seus períodos de vida. A [monstro*], por exemplo, ao sair do casulo, adquiriu belas asas. As meninas, ao chegarem na puberdade, adquiriram belos seios.

E, ao chegar à paternidade, adquirimos algo sem o qual nossa vida seria impossível: o queixo prênsil.

Como o rabo dos primatas, essa estrutura serve como uma garra de apoio. É graça a ele que conseguimos, por exemplo, segurar nossos filhos com uma mão, colocar sorine em seus narizes e, com o queixo prênsil, segurar a mamadeira para que ele não berre em nossos ouvidos.

É graças ao queixo prênsil que também conseguimos usar as duas mãos para trocar suas fraldas, ao mesmo tempo em que agitamos seu brinquedo preferido pra ver se ela fica quieta dois minutos, tornando trocar a fralda uma tarefa humanamente viável.

Eu agradeço todos os dias à mãe natureza por ter evoluído meu queixo normal para um queixo prênsil!

* A palavra foi substituída em respeito à Raquel, que pode vir a ler esse post...

A diferença

São 11 da noite. Você chega em casa exausto/a depois de trabalhar de dia e dar aula à noite. Você entra na cozinha e descobre que aquele pingar da pia que começou de manhã transformou-se numa torrente franca.
Você fecha o registro e diz: "Foda-se! Amanhã eu conserto!" E vai dormir.

São 2 da manhã do mesmo dia. Você acorda com um barulho qualquer e resolve tomar um copo d'água. E descobre que seu cachorro - vamos dizer que ele se chame Quindim - revirou o lixo e a areia do gato - que se chama, por exemplo, Jubileu. A cozinha está cheia de lixo e areia mijada e o Quindim está com cocô de gato na boca.
Você fecha a porta da cozinha e diz: "Foda-se! Amanhã eu limpo!" E vai dormir.

São 5 da manhã da mesma madrugada. Sua filha - vamos fingir que seu nome é Bia - chora de fome. Você levanta, faz a mamadeira e dá para ela. Quando está terminando, você sente que o que deveria ser um simples pum encheu a frauda dela.
Você a faz arrotar e diz: "Foda-se. Daqui a pouco a Ana (vamos supor que sua esposa ou marido chame 'Ana'), que dormiu a noite inteira, acorda pra dar a mamadeira das 7 e, além disso, ela tá com frauda noturna, que tem que aguentar até 12 horas dando conforto ao neném! Amanhã ela limpa!"

E troca a frauda dela.

E esquenta água pra limpar o bumbum dela sem ela ficar com frio.

E muda a roupa dela porque você acha que pode ter sujado um pouquinho na hora de trocar de frauda.

E ainda vem correndo escrever um post a respeito, só pra contar que ela sorriu pra você quando a colocou na cama.

Essa é a diferença...

Publicidade

Há uma tirinha do Calvin (me deu preguiça de procurar, mas provavelmente tem aqui: ) em que ele diz que o problema dos cientistas é que eles são péssimos pra dar nomes... Por exemplo: eles são capazes de imaginar todo o universo explodindo de uma vez de um ponto menor que a cabeça de um alfinete e que nome eles dão? Big Bang... Dã.
Calvin sugere mudá-lo para algo como O Espetacular Kabooooing do Universo!

Eu concordo com o Calvin. Falta um pouco de noção de propaganda a esses caras. Ficaria bem mais fácil de ensinar na escola.

A lei da gravitação universal, por exemplo. Deveria se chamar Lei do Tesão Pentassexual Adolescente: 'todo corpo atraí outro corpo com mesma intensidade patati patatá...

O laboratório ia ser muuuito mais legal...

Gota D'água

Por favor, ajudem minha grande amiga Míriam a fazer o doutorado dela!

Lampiãozinho e Maria Bonitinha

O bom amigo Yuri Simon está trazendo a Sampa o espetáculo Lampiãozinho e Maria Bonitinha.

Vencedor de 19 prêmios, o espetáculo homenageia os 70 anos da morte do casal que fez fama no Nordeste. História do cangaço, adaptada para o mundo dos insetos, contada de forma lúdica, fazendo alusões a fatos, costumes e curiosidades da cultura nordestina.

No Centro Cultural São Paulo, aos sábados e domingos, às 16h - R$10,00 (a bilheteria abre com uma hora de antecedência) - preço popular: 13/7 (R$2,00) - Sala Jardel Filho

Eu não vi essa peça, mas já participei da montagem de Saltimbancos, com a direção do Yuri. Tenho certeza que a peça vai ser linda!

Se a Bia fosse um pouquinho maior, eu levava ela!

Elogios

A Ana conversava com uma amiga e eu bicava a conversa, fingindo que lia...

- A Bia faz coisas que só fazem bebês com dois meses a mais do que ela. Acho que ela puxou o pai!

Mal deu tempo de estufar o peito de orgulho, quando a amiga perguntou:

- É inteligente?

E a Ana respondeu:

- Não, precoce...

Como um escoteiro

Ser pai é se encontrar num estado de eterna vigilância. Sempre alerta, como diriam os escoteiros. Há uma força dentro de você para proteger sua filha que não se desliga. Aí, você ouve um cachorro ao longe e pensa: "Será a Bia tossindo?"

Ou ouve o alarme de um carro e já se prepara para ir checar se é ela chorando, quando sua parte racional conclui:

"Ela ainda é muito novinha para dizer 'Atenção! Esse carro está sendo roubado! Atenção...'"

Mas, por via das dúvidas, vai checá-la assim mesmo...

Observações

Depois de 2 meses e meio com a Bia, cheguei às seguintes conclusões a respeito dos tiques dos seres humanos:

1. O bocejo é um resquício do reflexo de abrir a boca para mamar.
2. A bitoca é um resquício do reflexo de sugar o peito.
3. O sorriso é um resquício da careta de cólica!

Mais uma...

Eu e Ana nos esforçamos: rimos, cantamos, fizemos caretas e palhaçadas, mostramos a língua, fizemos cosquinha e, enfim, desistimos.

- Acho que a Bia não sabe sorrir ainda... - eu disse pra Ana.

Mas a própria Bia respondeu:

- Saber eu sei, mas sorrir pra quê, nesse mundo cão?...

Pronto, mais uma melancólica na família...




PS: Meu primeiro post com Linux. Não sou mais um contraventor! Eeeeeeê!

Borboreal

Nova história no Hisca's: Borboreal. Com direito a princípes, usurpadores, monstros e o homem do saco...

Critérios (ou: Preciso falar de Neil Gaiman!)

Quando eu resolvi colocar a coluna 'Ó nossas leituras', aqui no blog, adotei um critério: o de só colocar literatura em prosa. Assim, excluí outras leituras que me são muito comuns, como os livros de psicologia (que deixei pro psicossocial.com.br) e as histórias em quadrinho, das quais sou voraz leitor.

Quase nunca leio Mônica ou Tio Patinhas, e também não costumo ler os heróis da Marvel ou da DC, mas ainda assim sou apaixonado por quadrinhos, em especial de dois tipos: as tiras de humor, dos quais meus preferidos são Laerte, Gonsales e o preferido de todos os tempos, Bill Waterson. Por outro lado, gosto de histórias adultas, como as séries Hellblazer e Sandman. Nessa segunda vertente, gosto do Frank Miller, sou apaixonado por Alan Moore, mas o preferido de todos os tempos (estou me repetindo...) é Neil Gaiman!

Por isso, às vezes me incomoda que eu tenha que seguir meus critérios (leia-se, que eu não consiga sair do meu transtorno obsessivo compulsivo) na coluna 'Ó nossas leituras', fazendo com que apareça porcarias que li, como 'A Sombra do Vento' e não possa colocar obras de arte como 'Criaturas da Noite', do Gaiman, que acabo de ler.

Mas critérios são critérios. Chega uma hora na vida de um homem em que ele tem que decidir entre seguir seus princípios ou...

Procurar um bom psicanalista...

Criança é ótimo!

Humorista que é humorista não pode perder a piada. O que significa, no fundo, que quem é espírito de porco, como eu, é em qualquer ocasião.

Pois hoje fomos levar a Bia à sua primeira campanha de vacinação. Ela tomou as gotinhas dela linda e depois quis mamar, o que nos fez sentar num canto do posto. E lá estava eu, sentado sem ter o que fazer, esperando a Bia mamar, quando dou de cara com um espermatozóide gigante! Devia ser o famoso Zé Gotinha, mascote da campanha, mas era esse sujeito magro e comprido, numa roupa branca de camurça, com essa imensa cabeça ovalada.

A Ana sabia que vinha alguma quando me viu conversar com o menininho de 3 anos que olhava muito animado pro Zé Gotinha. Ela tentou me chamar de volta, mas não deu tempo.

O menino partiu na direção do mascote e disse, pra correria geral das mães em torno:

- Ô Zé Porrinha, me pega no colo!!!

Rebolando...

Dei bronca na faxineira:
- Olha essa estante como tá suja! Isso tá uma verdadeira poeiricultura!

Ela respondeu, indignada:
- Mas Seu Augusto, puericultura é o know-how em cuidar de crianças!

E eu, tentando não perder o rebolado:
- É claro! Eu sei! Eu sabia! Eu sei! É que... Eu sei! É que esses livros são como filhos para mim!

Preconceitos...

Foi assim que se deu a história: tenho um amigo solteirão convicto. Pra piorar a situação (sim, eu admito meu preconceito: acho ser solteirão uma situação ruim... mas como eu ia dizendo) pra piorar a situação, ele perdeu o emprego e a família começou a pegar no pé.

O cara me pediu ajuda. Eu ia negar? Não ia... Ele começou a pegar roupa pra vender. Então, me convidou prum jantar com a família dele e pediu que eu dissesse que comprei umas roupas, pro pessoal pensar que a coisa ia andando e parar de encher o saco.

O problema é que o fluxo de caixa aqui em casa não tá muito bom e eu não comprei nenhuma roupa dele. Aliás, as minhas roupas estão no rechaud.

Fiquei apertado: eu ia aparecer todo fonduedo lá e dizer que comprei roupa? Era muita bandeira...

O pior é que meu amigo passou a tarde falando pra família dele que eu era super sincero, pra todo mundo acreditar no nosso plano.

Eu cheguei lá, no começo da noite, fui bem pro meio da rodinha de parentes, do lado da tia-avó de Poços de Calda do meu amigo, e disse a única coisa que me pareceu verossímil:

"Fala, queridão! Tou usando a sua cueca!"

Desde então ninguém da família fala comigo. Isso que dá querer ajudar...

Quanto menos eu falo, mais me escutam...

Pois é... Eu recebo o relatório de visitas no blog do AnGu e descubro que quanto menos a gente escreve, mais visitas recebe.

Tou achando que eu sou mais querido calado que falando! Hahahahahahahaha...

Vida Monótona

Eu: Achei o máximo você comprar fogo fátuo! O gosto é ótimo!

Ana: Do que você está falando? Eu não comprei fogo fátuo...

Eu: Claro que comprou! Tá na geladeira! Aliás, eu nunca ia pensar que fogo fátuo deve ser guardado na geladeira! É tão bacana! A vida pode ser tão surreal!

Ana: Augusto: eu não comprei fogo fátuo. Não sei do que você está falando...

Eu: Claro que sabe! Pontos de fogo fátuo. É uma delícia! Peraí, vou pegar...

(Levo pra ela a bandeijinha e mostro a etiqueta: PTO FGO FAT)

Ana: Ahhhhh! Peito de Frango Fatiado!

Eu: O quê?

Ana: PTO FGO FAT: Peito de Frango Fatiado...

Eu: Peito de frango fatiado?....

Ana: É claro!

Eu: Não gostei...

E não comi mais daquela porcaria...

Pequeno dicionário das amorosas expressões maternas

"Bleargh!" = Amor, você colocou a fralda frouxa e vazou tudo em mim.

"Pegou um peitinho!" = Ela está amamentando.

"Toma o pacotinho!" = Por favor, nine a Bia.

"Esse já tá murcho!" = Preciso passá-la para o outro peito.

"Puta que pariu!" = São cinco da manhã e é a quarta vez que ela chora essa madrugada.

A dura crueldade dos fatos

A questão: Amamentar emagrece

O que dizem os especialistas: Na amamentação, a mulher repassa muitas calorias para o bebê, emagrecendo, desde que mantenha uma dieta saudável.

A dura crueldade dos fatos: É a mãe sentar na mesa e o neném começar a chorar de fome. Aí, ela amamenta, põe pra arrotar, troca a fralda, faz dormir, dá uma arrumada na bagunça que ficou na casa, esquenta a comida, se senta pra comer e... Já tá na hora de amamentar de novo! Por isso, as mães que amamentam com leite em pó não emagrecem: elas podem pedir pro pai (ou pra uma das avós) dar a mamadeira enquanto elas comem. O mesmo acontece depois dos seis meses de amamentação exclusiva.


A questão: Os pais devem cortar as unhas bem curtas quando estão com um recém-nascido.

O que dizem os especialistas: Ao manusear o neném, você pode machucá-lo involuntariamente se estiver com unhas grandes.

A dura crueldade dos fatos: É impossível não sujar os dedos de cocô ao trocar as fraldas do seu bebê! Se você estiver com unhas grandes, vai entrar cocô embaixo das unhas e, na melhor das hipóteses, você vai ter que cortar as unhas para limpá-las. Na hipótese média, quem vai descobrir é o seu chefe, que veio visitá-lo pra conhecer o bebê e, ao apertar a sua mão, vai perguntar "o que é essa mancha escura embaixo da sua unha?". Na pior hipótese, e mais provável, você vai passar 3 semanas cheirando o ar da casa, tentando descobrir se o cheiro de cocô vem de alguma fralda esquecida em algum lugar que você não consegue imaginar.

Desculpas

Nunca fui bom em desculpas. Meu problema é que eu ouço as desculpas que os outros dão, mas não consigo contextualizar... Aí, acabo usando no lugar errado. Por exemplo:

- Ah, não! Hoje tá muito quente pra passar fio dental!
- Demorei no banheiro por causa do trânsito...
- Não posso fazer supermercado hoje, tou com uma dor de cabeça!...

Fico pensando nas desculpas que vou ouvir da Bia daqui a alguns anos...

- Roubei seu carro porque tempo é dinheiro!
- Não é namoro, é só sexo...

Ai, ai... Não vai ser fácil...

Momento filosófico pós-natal

A única diferença entre a gravidez e uma montanha russa é que, na montanha russa, a gente vomita quando sai.

Química Orgânica

Em homenagem ao queijo maravilhoso que ganhamos dos FreQuels, segue uma das mais importantes lei da química orgânica:

A Lei Franco-mineira da Alimentação:

"Não há alimento, por melhor que seja, que não fique mais gostoso com um pedaço de queijo"

Corolário do Fondue:

"Se o queijo estiver derretido, ainda melhor"

Adendo Italiano:

"Nas massas, parmesão ralado"

Hiscas - Mata Verde

Comecei história nova no www.hiscas.blogspot.com - Mata Verde. Vou tentar manter um capítulo por dia, mas a Bia tem que deixar...

Limites

Meu amor pela Ana era assim: como se fosse uma casa, imensa, cheia de luares estrelados que víamos pelo teto transparente, quartos confortáveis e, é claro, um grande porão, para que pudéssemos ter nossos segredos.

Eu conhecia de cor essa casa. Sabia de suas paredes e tinha a certeza absoluta de que não havia casa maior no mundo.

Então resolvemos fazer um puxadinho... E esse puxadinho demorou 9 meses para ficar pronto. Achávamos que seria só mais um quartinho nessa casa. Nos enganamos.

Quando a Bia nasceu, descobri que minha capacidade de amar não tem patamar. A casa inteira se expandiu, explodiu, virou luar estrelado e universo infinito. Descobri que minha alma não precisa de continente: posso amar sempre crescente.

Indescritível

Não. Não é indescritível, porque indescritível é uma palavra. E eu simplesmente não tenho palavras. Tudo o que sai da minha boca é um balbuciar surdo, abobado, um ruído singelo, um sopro.

A linguagem não dá conta dessas coisas. Meu cérebro, racional, tenta encher minha alma de palavras, mas vence o silêncio. Um silêncio cheio, repleto, minha alma plena, num sorriso contínuo.

Me peguei sorrindo ao volante do carro. E repetindo, em meu silêncio: Bia, Bia, Bia...

Desperdício

Como definir a sensação de desperdício? Eu explico: você está tomando banho. A água cai, relaxante, em seus cabelos (ou no que restou deles, mas você nem pensa nisso, nesse instante). A espuma perfumada do sabonete escorre pelo seu corpo e desce pelo esgoto. Sensação maravilhosa.

Aí, você desliga o chuveiro - pequena digressão: chuveiro vem mesmo de chuva (confirmei no Houaiss), ou seja: você toma aquela chuvarada da música de Benjor, que te deixa feliz e apaixonado - Chove chuva, chove sem parar... - só que quente, o que é ainda melhor... fim da digressão - então você desliga o chuveiro. Vem aquela brisa fresca que entra pela basculante e te dá um calafrio. Você espirra e, no esforço, solta um pequeno peido. Um daqueles flatos que justificam o apelido 'pum': curto, rápido, uma bolhinha de ar, mas poderoso! Pum!

Em segundos, o box se enche com o cheiro do ovo com repolho do almoço (e melancia de sobremesa!). Você não consegue deixar de imaginar que o mesmo cheiro agora envolve todo o seu corpo. Enquanto abre de novo o chuveiro, você pensa: "que desperdício..."

PS: Obviamente, a Bia ainda não nasceu, ou eu não estaria aqui falando de peidos...

Adendo posterior: Ninguém percebeu que a melancia da sobremesa desse post é a mesma que rolou no post anterior?

Edema cerebral

Finalzinho de gravidez. Um fenômeno estranho acontece: a gente emburrece. Bom, a gente são as mulheres e os maridos histéricos, como no meu caso.

Explicaram pra gente: é um edema que dificulta as sinapses cerebrais, ou coisa assim. O fato é que me pegou também.

Ontem, por exemplo: cheguei sozinho em casa, cheio de compras do supermercado. Eu tentava, ao mesmo tempo, segurar a porta do elevador, pegar as sacolas espalhadas no chão (sem derrubar nada) e colocá-las dentro do elevador... Tarefa impossível com o apagão elétrico no meu cérebro!

Um vizinho, penalizado, segurou a porta pra mim. Ao sair, no andar dele, sugeriu: coloque umas sacolas mais pesadas pra segurar a porta. Viram? Que simples? Que coisa óbvia? Como é que eu não pensei nisso antes!

Escolhi a coisa mais pesada que tinha comprado e calcei a porta com ela. Peguei algumas sacolas mas, ao me virar para sair do elevador, tomei uma portada na cara...

A melancia tinha rolado...

Bolão da Bia

Tamos propondo aqui o Bolão da Bia! Deixem nos comentários com quantos kilos vocês acham que a Bia vai nascer. Quem chegar mais perto ganha... ganha... ganha nossos parabéns! ;-)

Dica: fizemos um ultrassom agora, com 34 semanas, e ela está com 2,3 kg.

Hiscas...

Acompanhem minhas histórinhas em capítulos no Hiscas!
www.hiscas.blogspot.com

PS: tinha colocado o endereço errado. Agora está certo...

Prisão literária

Sempre que o livro é bom, paro de comer salada.

Sim, porque a salada é rica em fibras. E as fibras soltam o intestino. E aí não dá tempo pra ler muito no banheiro.

A prisão de ventre é a melhor amiga da literatura!

Equilíbrio

Sou um sujeito equilibrado, como prova meu mapa astral.

Meu signo é escorpião, que é do elemento água. Deve ser por isso que eu mijo tanto...

Meu ascendente é aquário: ar. Meu ascendente é exatamente igual ao conteúdo da minha cabeça. Ar.

Minha lua é touro. Elemento terra, que me mantém com os pés no chão (e por isso eles estão sempre sujos).

Só não tenho fogo. Mas eu não ligo pra isso.

Eu não fumo...

Roupas

Eu não tenho o menor senso estético. Principalmente para roupas. Quando fomos tirar essas fotos (sim, esse post é só uma desculpa pra colocar uma foto da Ana grávida e linda), quando fomos tirar essas fotos, eu disse pra Ana: Escolhe a minha roupa!
Ela fez muchocho, resfolegou, mas acabou escolhendo. Eu só escolhi uma coisa: a meia.
E ela xingou a meia que eu tinha escolhido o tempo todo! Só porque a roupa era rosa e bege, com um sapatênis marrom e uma meia esportiva azul marinho. Que que tem? Tá errado? Não vejo porquê...

Hoje, eu tava feliz almoçando e limpei a boca na manga da camisa, como todo bom troglodita. A Ana:
- Ah, não! Além de usar essa camiseta velha, desbotada e toda cheia de furinhos, ainda limpa a boca!

E eu cantei pra ela, no meu melhor Sérgio Reis:

Não m'interessa se ela é um trapo
Camisa velha é que dá bom guardanapo!

Fatos óbvios que marcam a história da ciência.

Se o Pavlov tivesse usado um gato ao invés de um cachorro em suas experiências, teria inventado a psicanálise...

Esqueci o nome desse post...

Minha memória pra nomes é péssima. O que compensa é que sou um péssimo fisionomista. Ou seja, não lembro o nome das pessoas, mas como também não lembro a cara nunca sei de quem eu esqueci o nome...
Sou assim desde criança. Quando eu fazia piano, era impossível lembrar o nome da professora. Ela se chamava Vasseta.
Minha irmã, que também tinha aulas de piano, me disse pra usar um truque mnemônico. Ela, por exemplo, lembrava de "Valseta".
Chamei a professora de D. Bugina a minha infância inteira.


Aliás, minha memória é péssima em geral. Tive que dar uma olhada no blog pra ver se já não tinha feito esse post...

Versinho trilingüe

Se você também me quer
Donne-moi ton cœur
I'll take good care

Post em homenagem à renúncia de Fidel

Meus cabelos são cubanos.

Estão todos se evadindo da ilha que é minha cabeça... Aproveitam a água do banho e, em células de gordura (tão parecidas com câmeras de pneu), se vão.
Descobri que grande parte deles foram morar na costa leste, ou melhor, na parte esquerda das minhas costas... Outros resolveram morar nos meus ombros, no nariz e na orelha...

E o pior: levaram a caspa com eles! Ou isso, ou tenho que assoar o nariz e lavar a orelha com mais freqüência...

Fantasma

Ao morrer, voltou toda noite para puxar o pé da esposa! (é que ela tinha caimbras...)

Junguianas

Fui limpar a flunfa quando notei, dentro do meu umbigo, assim, na lateral, uma pequena verruga. Dei-me conta de que era uma minúscula maçaneta. Improvisando uma lente de aumento com uma bolha de sabão, percebi que havia ali uma mínima porta, onde um cartaz estava colado: 'Inconsciente Coletivo. Favor não mexer'.
Mas veja só: quem iria pensar que o inconsciente coletivo estava ali, armazenado em meu umbigo? E tem gente que se acha muito importante porque tem o rei na barriga. Há! Não se compara a ter ali, no meu umbigo, como o centro do universo, todo o inconsciente coletivo.

'Favor não mexer'.

Uma coceira se fez perceber em meu umbigo: era a curiosidade. Uma luz multicolorida escorria por debaixo da soleira da porta. Pé ante pé, sai - os pingos de água ensopando o tapete - do box, atrás de uma pinça. Com ela, abri a portícula.

Milhares de imagens começaram a jorrar de meu umbigo! Deuses gregos, dragões, espantalhos, mitos, de um tudo! Como se eu houvesse arrancado a casquinha frágil da espinha infeccionada e o pus escorresse solto e abundante! Tentei tampar aquele fluxo com as mãos, mas as imagens esguichavam entre meus dedos. Nunca mais consegui tirar as manchas multicoloridas de debaixo das unhas.

O ralo não conseguia dar vazão àquelas imagens. Começaram a encher o box, para onde eu havia corrido, e previ meu fim, afogado em algo que não deveria ter mexido. Eu chorava baixinho quando a Ana entrou no banheiro, abriu o box e, com uma ínfima chave, fechou e trancou meu umbigo.

Ela me ajudou a lavar o box sem dizer uma palavra. A vergonha não me deixava encarar seus olhos. Minha visão focava a unha do dedão do meu pé.

Notei algo ali. A princípio, pensei ser um bicho de pé. Ajoelhei-me, bem próximo e levava as mãos à unha, quando a Ana, puxando meus cabelos, me forçou a ficar de pé. Mal tive tempo de ler, ao lado da fechadurinha: "Arquétipos. Mantenha distância".

Meme da linha do Tempo

Eu recebi o convite da Liliane (Andor do Nada). É um meme difícil. Pois eu mal me lembro o que eu tava fazendo na última quarta! Ainda assim, vou tentar... E convido a Zitcha, o Kiko e convidaria a Cruela e a Persona, mas elas sumiram!!!

Perguntas e respostas respectivas:

1. O que você estava fazendo em 1978 (há 30 anos)?
Provavelmente pensando: o que estarei fazendo daqui a 30 anos? Será que até lá adquirirei alguma memória temporal?

2. E em 1983, há 25?
Se não me falha a memória (e ela normalmente falha), estava entrando para o Colégio Santo Antônio e descobrindo que eu odeio multidões...

3. O que você estava fazendo em 1988?
Publiquei nesse ano minha primeira crônica no Jornal do Grêmio do Colégio Santo Antônio (sob o pseudônimo de Humberto Starkey).

4. E em 1993?
Em 93 eu era um mauricinho que vestia calça social pra ir na Fafich e gostava de Análise Transacional (pai/adulto/criança)...

5. O que estava fazendo há 10 anos?
Tinha acabado de me formar. Fazia trabalhos voluntários no Cersat BH e achava que eu fazia alguma diferença no mundo...

6. E há cinco?
Já havia me mudado pra São Paulo, estava no mestrado da FGV e morria de saudades daqueles bons tempos em que fazia trabalhos voluntários no Cersat BH e achava que eu fazia alguma diferença no mundo...

Surdez seletiva

O quê? Brócolis? Tem aí no seu yakissoba, Ana...
Não é brócolis? Ahhh, blog. Blog de rua! Não sabia que nossa rua tinha um blog...
Também não é blog? Então o que...
Bloco? Que bloco? Bloco de rua? Você quer dizer, tipo paralelepípedo? De carnaval??? Ir em bloco de carn... Não ouvi... Continuo não ouvindo... Acho que fiquei moco! Melhor ficar quieto em casa até essa surdez estranha passar...

Quem és tu?

Agora, vejam bem: eu recebi esse mail que me garantiu: não sou spam.
Não é spam? Por que não? Eu não pedi, não sei como foi que eles conseguiram meu e-mail. Provavelmente compraram do Conselho Regional de Psicologia que, não bastando me cobrar uma taxa anual pra me deixar trabalhar, ainda deve vender o banco de dados pra essas empresas de e-mail-marketing.

Então eu recebo esse mail indesejado e ele me garante: não sou spam!

Fiquei curioso: se você não é spam, é o que? Um amigo perdido que eu nunca conheci? Uma mensagem de Deus enviada direta e unicamente para mim? Na mensagem, havia um endereço eletrônico, com os seguintes dizeres simpáticos: caso não deseje mais receber nossos e-mails por favor responda-o em branco

Respondi, perguntando: Se você não é spam, como é que você se define?

Recebi a resposta microssegundos depois:

This message was created automatically by mail delivery software.

A message that you sent could not be delivered to one or more of its
recipients. This is a permanent error.

Tem coisa mais spam que deixar um e-mail que não funciona?

______________________

PS: Eu devo estar meio ranheta, hoje, mas acabo de ler num artigo que a burocratização surgiu no modernismo clássico. Modernismo clássico??? Ainda bem que não foi no parnasianismo romântico nem no realismo barroco, viu?

Especialidades especializadas...

Recebemos uma propaganda de um convênio que oferece cobertura para tratamentos "psico-psiquiátricos". Juro. Não faço idéia do que é, mas deve ser diferente dos tratamentos psico-mediúnicos, eu espero...

Vou ligar pra lá e dizer que eu contrato o convênio quando ele tiver as duas especialidades que mais vou precisar nos próximos anos: cardiologia cardíaca e pediatria infantil...

Narcolepsia

Eu ia fazer um post hoje, mas acordei com uma dor intensa na vigília, daquelas pontiagudas. Por isso, vou me deitar...

Lista da Bia

Queridos amigos e familiares:
Muita gente tem perguntado o que a Bia ainda tá precisando, então resolvemos fazer uma lista virtual pra facilitar.

A lista taqui: www.chadabia.blogspot.com.

Beijo a todos!

Bia, Ana e Gu.

Vira, mundo...

A primeira vez que fui à França eu era muito, muito novo. Fui em uma caixa de madeira, enxergando pelas frestas. Descobri, mais tarde, que Ana foi à França da mesma forma que eu, ainda criança: num navio que balançava pra lá e pra cá.

E agora, que a Bia está pra nascer, já sabemos que ela também vai. Vai ainda no berço e vai nas primeiras letras que aprender. Vai na minha voz e na da Ana.

E vai acompanhada de Magdalena, que partiu pruma viagem maior...

Homenagem a Magdalena Gastelois, autora de Viramundo vai à França e vários outros livros, que embalaram as noites de muitos mineirinhos...