O livro "Cânticos", com poemas inéditos de Cecília Meireles, foi-me apresentado por uma amiga muito querida, há cerca de dez anos, em Belo Horizonte, e é um dos mais belos que guardo no meu pequeno acervo poético.
Lembrei-me dele recentemente, graças a uma homenagem feita à poeta na TV Cultura, e peguei o livro empoeirado da estante, pra ler de novo.
Dizem que ela o escreveu pouco tempo antes de morrer e que já estava mais no mundo sobrenatural que no mundo dos vivos. Deve ser mesmo verdade, pois os versos nos levam a visitar um universo permeado por incertezas e melancolia ou, como diria Clarissa Pinkola Estés, no livro "Mulheres que Correm com os Lobos", a entrar num lugar que "não se trata de um vazio, mas do lugar dos Seres da Névoa, onde as coisas são e ainda não são, onde as sombras têm substância e a substância é diáfana". Convido vocês a iniciarem essa viagem, atrávés dos versos de Cecília:
Lembrei-me dele recentemente, graças a uma homenagem feita à poeta na TV Cultura, e peguei o livro empoeirado da estante, pra ler de novo.
Dizem que ela o escreveu pouco tempo antes de morrer e que já estava mais no mundo sobrenatural que no mundo dos vivos. Deve ser mesmo verdade, pois os versos nos levam a visitar um universo permeado por incertezas e melancolia ou, como diria Clarissa Pinkola Estés, no livro "Mulheres que Correm com os Lobos", a entrar num lugar que "não se trata de um vazio, mas do lugar dos Seres da Névoa, onde as coisas são e ainda não são, onde as sombras têm substância e a substância é diáfana". Convido vocês a iniciarem essa viagem, atrávés dos versos de Cecília:
"Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno".
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