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    sexta-feira, março 30, 2007

    Salvem o Planeta!!!


    Sábado à noite.
    Angus em discussão profunda sobre a degradação do meio-ambiente e o futuro da vida no planeta Terra.
    - Nós perdemos o contato com a natureza e achamos que não precisamos dela pra sobreviver. Acho que não dá mais tempo, diz Ana. O planeta vai morrer...
    - O planeta não, Ana! Nós, humanos, é que vamos morrer! Outros seres vivos, como as baratas, por exemplo, adaptam-se muito bem ao calor e podem resistir. Os humanos vão ser extintos, como os dinossauros, mas não a vida em sentido amplo, retrucou Gu.
    - Ah, sei. Segundo sua teoria vão ficar apenas as baratas, os vírus e as bactérias habitando o planeta...
    - Vírus não é forma de vida, no sentido biológico, pois não tem sequer uma célula. Eles são, no máximo, um código genético ambulante. Mas as baratas e as bactérias são seres vivos sim e, no futuro, vão estar discutindo, num sábado à noite, que um tal "efeito-estufa" provocou tanto aquecimento no planeta Terra que os seres humanos não sobreviveram.
    - Então vamos todos morrer tostados, daqui a uns 60 anos?
    - Nós não, Ana. Mas nossos filhos sim, concluiu Gu.
    - Ótima essa estratégia que você arrumou pra me convencer a engravidar...

    quinta-feira, março 29, 2007

    Dificuldades

    Bom, é difícil tentar escrever duas vezes por semana. Às vezes, bate aquele bloqueio, que é uma espécie de prisão de ventre mental gigantesca. Nessas horas, a gente deseja muito ser o Zé Simão, esse gênio do humor, que consegue criar aquelas tiradas ótimas!... E repeti-las por dias e dias a fio...
    O bloqueio mental funciona assim: imaginem alguns bilhões de neurônios pensando que é domingão. Completamente absortos em seus próprios pensamentos até que um deles, por azar, olha o relógio e "puuuuutz! Hoje é dia de post!!!"
    Imediatamente, todos os neurônios entram em pouvorosa e, para escapar da tarefa, fingem estar fazendo qualquer coisa:
    - Eu? Tou batendo o coração!
    - Mas isso não é tarefa da coluna?
    - Bem, é... Mas ela anda confusa depois de tanta ioga e, no mais, com essa paixonite crônica pela Ana, o coração anda exigente...
    Enfim, um grupo de neurônios é achado sem fazer nada. Sobra para eles escrever o post. Mas eles, obviamente, são os mais lerdos de todos (não à toa, foram pegos sem fazer nada...). A batalha prossegue, agora focada nesse pequeno grupo:
    - Escreve qualquer coisa aí! Vamos ficar livres disso logo!
    - Mas escreve o quê?
    - Qualquer coisa! Ele já fez post sobre pantufas! Ele aceita qualquer coisa!
    No final, exauridos, mas orgulhosos, eles me saem com essa porcaria, aqui.

    E eu, na falta de tempo, publico...

    terça-feira, março 27, 2007

    Minha mãe é 10!!!


    Ela cortou meus cabelos do rosto preu enxergar
    Cortou meus pêlos das patas preu conseguir andar
    Aparou os pêlos do meu fiofó pra não grudar cocô
    Aparou meu bigode pra não dar mais fedô!

    Eita doninha boa, sô!!!

    segunda-feira, março 26, 2007

    Terminantemente!

    Eu me recuso! Tudo bem, estive doente e meus pais disseram que foi grave. Mas eu agora estou bem, então me recuso a ir fazer exame de urina no veterinário. Que história é essa? Naninanã! Me recuso terminantemente!
    Então, vocês querem me encher de água, tirar minha areia e acham que vão me levar nessa condição para o veterinário? Há!, eu sou um gato armado! Quero ver vocês tirarem o cheiro de xixi do banco do carro!

    E tenho dito!

    sexta-feira, março 23, 2007

    Vida cada vez mais frágil...

    Ganhei de presente de aniversário do meu doce marido uma assinatura da Revista Vida Simples. Gostei muito da proposta da revista (equilíbrio, atitude, alimentação, bem-estar, saúde) e, especialmente, da última página, onde sempre há um poema de um escritor não muito conhecido (por mim, pelo menos).
    E o poema da edição desse mês me tocou muito, nesses tempos em que a qualidade de vida está cada vez mais rara e a vida cada vez mais frágil.

    "FLOR BRANCA

    No cimento cru da varanda
    A flor branca
    Que ia ofertar a Iemanjá.
    Agora não mais flor
    Nem oferenda,
    Simples objeto
    entregue ao sol.
    O talo descuidadamente cortado,
    As pétalas amarelecidas.
    Penso na inutilidade daquele corpo,
    Na fragilidade do que floresce".

    (Sergio Cohn, in Horizonte de Eventos).

    quinta-feira, março 22, 2007

    Ditados anti-capitalistas


    Foi a vez da Ana criar um ditado, depois de descobrir que não nasceu pra ser empregada de empresa privada...
    Aí, parafraseou o "Calaboca já morreu" e saiu com essa pérola:

    "Taylor já morreu! Quem manda no meu tempo sou eu!"

    terça-feira, março 20, 2007

    E a seda azul do papel que envolve a maçã...

    Dificilmente leio um livro da primeira até a última página. Gosto de começar pelo fim ou pelo meio e, por isso, poemas e contos me agradam mais que romances, pois permitem uma leitura não-linear.
    Adoro as deliciosas surpresas às quais essa leitura me submete: achar um poema não lido num livro que tenho há anos na estante...
    Hoje aconteceu exatamente isso. Junto com o café da manhã, fui comer meu alimento diário da alma: ler um poema. Estava comendo uma maçã verde e a fruta me fez lembrar da capa de um livro de poesia da Hilda Hilst: Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão.
    Peguei o livro imediatamente e li o penúltimo poema.
    Fui presenteada, logo cedo, com o "ouro" de Hilda:

    "Enquanto faço o verso, tu decerto vives.
    Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.
    Dirás que sangue é o não teres teu ouro
    E o poeta te diz: compra o teu tempo

    Contempla o teu viver que corre, escuta
    O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te falo.
    Enquanto faço o verso, tu que não me lês
    Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala.
    O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas:
    'Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas'.
    Irmão do meu momento: quando eu morrer
    Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo:
    MORRE O AMOR DE UM POETA.
    E isso é tanto, que o teu ouro não compra,
    E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto

    Não cabe no meu canto."

    PS: Quindim está de licença médica essa semana. O departamento de Recursos Humanos disse que ele volta a trabalhar na semana que vem!

    segunda-feira, março 19, 2007

    Súplicas de um felino de bom faro!


    Meu pai? Nem adianta reclamar. Ontem, minha mãe estava limpando as unhas com acetona e ele ficou com desejo de comer chocolate. O daltonismo nasal dele continua a toda!
    Minha mãe? Também não adianta. Ela é mãe. É capaz de aparar, com uma tesoura, os pêlos ao redor do (*) do Quindim.
    A quem recorrer, então? Talvez à Phoebe Buffay, pedindo uma retratação para Smelly Cat e exigindo que ela troque para Smelly Dog!
    Porque essa é a verdade: cães fedem! O Quindim, por exemplo: é impossível ficar a menos de 12 metros do catimbozeiro sem retorcer os focinhos...
    Apelo à Sociedade Protetora dos Animais! Apelo à Sociedade dos Otorrinolaringologistas! Apelo a qualquer um!
    Só não grito porque tem que tomar fôlego e fazer isso perto do Quindim é morte certa...

    sábado, março 17, 2007

    Ditado Capitalista


    O Gu acabou de inventar um ditado ótimo, enquanto conversávamos sobre pessoas honestas e íntegras que passam a trabalhar com pessoas desonestas e capitalistas selvagens:

    "Piaba que nada com piranha acaba comprando dentadura!!!".

    sexta-feira, março 16, 2007

    Yakissoba

    Em São Paulo existem umas coisas únicas. O carrinho de Yakissoba, por exemplo. Você está feliz e faminto, andando pela rua, quando dá de cara com um chinês (normalmente coreano) fazendo yakissoba em um carrinho, no meio da Av. Paulista.O difícil é descobrir se aquele molhinho ficou escuro por causa do shoyo, da fuligem da panela ou do cano de descarga dos carros...
    Aqui perto de casa, tem um hospital, o IGESP - Instituto de Gastro-Enterologia de São Paulo. Bem na frente, tem um carrinho de yakissoba. Não, não é ironia. Eles tem um convênio. Se você trabalha no IGESP, tem 10% de desconto para comer um yakissoba. E se você come um yakissoba, tem 10% de desconto na consulta do IGESP...

    quarta-feira, março 14, 2007

    MACACOS ME MORDAM!!!

    A idéia que os estrangeiros têm sobre o Brasil (país onde alguns ainda acham que só vivem macacos, espécie cujos piolhos lembram minhas pulguinhas) é, no mínimo, curiosa.
    Em Portugal, uma das referências da música popular brasileira atual é a "cantora" Marília Gabriela. Ela até tem um penteado parecido com o meu, mas a sua voz...
    Na Europa, Chico Buarque é mais conhecido como escritor do que como compositor. E acham que ele escreve bem...
    Mamãe, perdoai-os, eles não sabem de nada!

    segunda-feira, março 12, 2007

    1001 golins dágua, 2ª visita

    Alguns dias mais tarde, a pomba tornou a aparecer em minha janela.
    "Ó, gato dos gatos! Sua face é como o plenílunio! Concede-me mais um tempo de vida e um gole de sua água, e lhe contarei outra história sobre a tolice humana".
    Mais uma vez, desconfiei que ela me chamava de gordo, mas topei. Ela bebeu sua água, sentou-se ao beiral da janela e contou:

    Ao chegar em casa, naquele dia, Ramalho encostou-se à porta da cozinha, enquanto procurava a chave nos bolsos. Pode escutar, então, o seguinte diálogo entre a empregada e sua esposa:
    - Nooossa! Que homão você arrumou!!! - ouviu a empregada exclamar.
    - Põe ele no armário do seu quarto - retorquiu a esposa, calmamente - que meu marido está para chegar...
    Ramalho espumou de ódio. Abriu devagar a porta, tirou o cinto e, com ele, enforcou a esposa. Quando terminou, percebeu que a empregada estava paralisada de horror, olhando para ele da porta da cozinha. Arrancou a própria camisa, foi até ela - cúmplice da traição e testemunha do assassinato - e a enforcou com a camisa.
    Então foi para o quarto da empregada. No caminho, tirou as calças pretendendo, com elas, enforcar o amante. Entrou no quarto, abriu o armário. Mas não havia nenhum amante lá. Apenas um enorme pacote de sabão em pó...

    sábado, março 10, 2007

    Em homenagem a todas as mulheres que vivem dentro de mim...

    Canção em segredo

    "Dentro desta mulher
    um anjo menino
    brinca de ciranda na calçada
    e tem fome de futuro.
    Dentro desta mulher
    uma criança se debruça na janela
    vendo chegar o amor
    e se julga imortal.

    Dentro desta mulher
    uma guerreira constrói sua vida
    depois de parir filhos para o mundo.
    Dentro desta mulher
    outra mulher enterra o seu amor perdido
    e mesmo assim espera.

    (Dentro desta mulher
    o mistério das coisas
    finge dormir.)"
    Lya Luft, in Secreta Mirada

    quinta-feira, março 08, 2007

    Como evitar telefonemas matutinos

    O telefone toca às 8 da madrugada. A Ana atende, com o mau humor, obviamente.

    Ana: Alô?
    Mulher: Bom dia! Eu gostaria de falar com o sr. Augusto.
    Ana (me protegendo): Ele não está.
    Mulher: Eu represento a empresa Fullofbull Chip e gostaria de oferecer a ele nossos maravilhosos serviços. A que hora ele está em casa?
    Ana: O desgraçado passou a noite fora, na gandaia! Cachorro! Ele não vai estar em casa nunca mais! Já joguei as roupas dele pela janela!
    Mulher: Eu... Eu estou percebendo que não é uma boa hora...
    Ana: Por que você quer falar com ele??? Foi com você que o calhorda passou a noite? Você ligou pra avisar que ele esqueceu a aliança na sua banheira, é??? Enfia essa aliança no...
    Tu tu tu tu tu tu tu tu

    quarta-feira, março 07, 2007

    Sentidos Caninos

    A coisa que minha mãe mais odeia neste mundo é fazer compras no supermercado. Aliás, essa é a segunda coisa que ela mais odeia, porque a primeira é tomar injeção na veia (disso ela tem pavor!).
    Mas eu adoro quando ela vai ao Extra, ou melhor, quando ela volta!
    Fico esperando, ansiosamente, pra poder cheirar cada sacolinha de plástico com comidas variadas e produtos de limpeza. Acho uma delícia! E só fico satisfeito após enfiar meu focinho gelado em todas elas.
    Será o olfato o melhor dos meus cinco sentidos?

    segunda-feira, março 05, 2007

    1001 golins dágua

    Tudo começou quanto uma rolinha pousou na janela aqui de casa. Preparei o bote, tornando-me invisível como todo gato faz. Mas, de alguma forma, ela me viu. E disse:
    - Ó Sultão magnânimo dos gatos, se poupares minha vida e me deixares tomar um gole de sua água, contar-lhe-ei histórias que farão seu avantajado estômago saculejar.
    Não me dei conta de que ela havia me chamado de gordo e acabei concordando, pois adoro uma boa história, complementando apenas:
    - Que a história seja sobre a estupidez e a mesquinharia humana!
    A pomba foi até minha vasilha, bebeu alguns golinhos e voltou para a janela, de onde me contou a seguinte história:

    "Estava eu, um dia, numa praça, comendo o milho que me era jogado por dois velhos, quando, de repente, vimos um homem que acabara de ali chegar. Esse homem vestia camiseta rosa, um par de jeans muito apertados, usava cabelo a la David Beckham e barbicha a la George Michael. Ao vê-lo, o velho mais alto comentou:
    - Os gays! Estão em todos os lugares! O chefe do meu filho... Gay. Os gays mandam em nossos filhos.
    E o velho mais baixo apenas concordou com a cabeça.
    - Eles agora entram para o exército. Eles é que defendem a nossa pátria! Eles são donos de nossas empresas, eles fazem nossas leis. Eles fazem suas malditas passeatas em nossas avenidas! Os gays estão em todos os lugares!!!
    Nesse momento, enquanto o velho baixinho concordava, uma loira deslumbrante entrou na praça. Seu rebolar era registrado pelos aparelhos sísmicos, a maior tira de pano em sua saia era a etiqueta ("passar a ferro"), seus seios, duas enormes bolas infláveis de parque de diversão, com as válvulas pressionando o bustiê mínimo. Ela andou até o homem de camisa rosa e os dois se beijaram, um daqueles beijos de amígdalas. Esfregaram-se tanto um no outro que os fósforos dele se incendiaram. Em seguida, entraram no motel, no canto da praça.

    Os olhos dos velhinhos ficaram fixos nos milhos que me jogavam. Um silêncio engraçado se impôs, até que o velho mais alto arrematou:
    - Em todos os lugares... Até comendo nossas mulheres..."

    sexta-feira, março 02, 2007

    Misterioso Universo


    O livro "Cânticos", com poemas inéditos de Cecília Meireles, foi-me apresentado por uma amiga muito querida, há cerca de dez anos, em Belo Horizonte, e é um dos mais belos que guardo no meu pequeno acervo poético.
    Lembrei-me dele recentemente, graças a uma homenagem feita à poeta na TV Cultura, e peguei o livro empoeirado da estante, pra ler de novo.
    Dizem que ela o escreveu pouco tempo antes de morrer e que já estava mais no mundo sobrenatural que no mundo dos vivos. Deve ser mesmo verdade, pois os versos nos levam a visitar um universo permeado por incertezas e melancolia ou, como diria Clarissa Pinkola Estés, no livro "Mulheres que Correm com os Lobos", a entrar num lugar que "não se trata de um vazio, mas do lugar dos Seres da Névoa, onde as coisas são e ainda não são, onde as sombras têm substância e a substância é diáfana". Convido vocês a iniciarem essa viagem, atrávés dos versos de Cecília:


    "Tu tens um medo:
    Acabar.
    Não vês que acabas todo o dia.
    Que morres no amor.
    Na tristeza.
    Na dúvida.
    No desejo.
    Que te renovas todo o dia.
    No amor.
    Na tristeza.
    Na dúvida.
    No desejo.
    Que és sempre outro.
    Que és sempre o mesmo.
    Que morrerás por idades imensas.
    Até não teres medo de morrer.

    E então serás eterno".

    quinta-feira, março 01, 2007

    Alianças

    Eu não acredito muito nas instituições. Mas acredito nos símbolos. Uso uma aliança, por exemplo, símbolo da minha aliança com a Ana. É um símbolo forte o suficiente para me tirar do Nirvana. Sério!

    Pois toda quarta-feira eu e a Ana vamos a um grupo de meditação¹. É ótimo, mas eu fico tão tenso que normalmente tudo o que eu faço é tentar relaxar os ombros durante uma hora...Ontem foi diferente. De repente, a sala desapareceu ao meu redor. Nenhum som, nenhum movimento. Só eu. E percebi que não sentia meus ombros, nem a pressão das minhas mãos em meus joelhos. Meu corpo ficou fluído, depois gasoso. Não sentia mais minhas roupas e tudo foi desvanecendo... Até que parei de sentir a minha aliança.

    Voltei ao mundo imediatamente para me certificar de que a aliança estava lá! Afinal de contas, do que me serve um nirvana sem a Ana?!?


    ¹O grupo, aliás, é aberto e gratuito. É coordenado pela Regina Nunes (nossa amada mestra de ioga) e pelo Luiz Capelli e acontece toda quarta, às 20h30, na Keiko's (Al. Rio Claro, 123 - Bela Vista). Topam?