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    terça-feira, abril 24, 2007

    1001 golins dágua, 5ª visita

    Mais um golim, e a pomba continuou:
    O recém-casado, balbuciando, contou:

    O submarino do recém-casado

    A vida de recém-casado é simplesmente fabulosa. Essa estranha sensação de possuir um segredo que se descortina diariamente: a forma com que ela deixa a toalha depois do banho - pendurada no cabide? jogada no chão do banheiro? não, em cima da cama! - como ela coloca o papel higiênico - com a ponta saindo por cima ou por baixo?
    Esses pequenos segredos são meus, à medida que eu os desvendo, mas não me pertencem, pois são dela. E o prazer de descobri-los só é comparável com a primeira vez que vi o bico de seu seio ou descobri como depilava a virilha.
    Mas, além dos pequenos segredos, também existe a sensação de compartilhamento do começo do casamento. No começo do namoro, dividimos pequenas contas mas, com o casamento, a fusão aumenta: ela passa a usar minhas camisetas para dormir e como eu ri ao vê-la arrastando os pés em minhas sandálias franciscanas.
    Sentado na mesa do almoço, hoje, mais cedo, eu pensava exatamente nisso: na delícia de estar a cada instante enfrentando uma novidade. E eu pensei que nada, absolutamente nenhuma surpresa que viesse daquela mulher com o roupão aberto, à minha frente, poderia ser desagradável.
    Olhei para ela e, embalado por esses pensamentos, sorri.
    Ela sorriu de volta.
    Colado ao seu canino direito, uma casca de feijão também sorria.

    Mas meu pai abriu a porta do quarto, e a pomba, assustada, voou mais uma vez, gritando que voltaria em breve para contar o resto da história.

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